Protestos em Brasília


Como educar para a Democracia? Como proteger as novas gerações do mundo e o mundo das novas gerações? Como ensinar o respeito e amor ao próximo, à diversidade, o convívio sadio e harmônico com a diferença? Como educar contra o racismo, o sexismo, a violência, a intolerância religiosa e a homofobia se o Estado Brasileiro, se o Congresso Nacional, se nossos representantes máximos do país, caminham no rumo de aniquilar e destruir aqueles para os quais deveriam garantir educação, saúde e cultura? Como acreditar em um governo, em um país que destrói, aniquila e mata a sua juventude na fase mais fértil e produtiva da vida, na qual estão se formando e construindo os sentidos e a base educacional, ética e de valores que o acompanharão o resto da vida? 

Não, meus queridos, não eram baderneiros e vagabundos que estavam protestando é a nova Intelligentsia do país que vocês querem aniquilar! São os filhos da classe trabalhadora, dos negros, nordestinos e índios que marcharam aos nosso lado.

São os filhos daqueles que não tiveram a oportunidade de estarem nesses espaços elitizados e que agora estão fazendo a diferença nas universidades desse país! 

Aqui estamos nós, mãe e filho, duas gerações, defendo os seus, juntamente. 

E para alegrar os nossos corações em um cenário tão obscuro, na volta de Brasília ficamos sabendo que o Oruan Bezerra Perez ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas da Matemática desse ano. Terá a continuidade da sua bolsa de iniciação científica Jr. do CNPQ garantida, ou não, se essa PEC for aprovada e implementada. 

Foi nessa juventude que desceram o cacete! E meu filho, com doze anos de idade, aprendeu na veia, na pele, na respiração cortante e dilacerante do gás de pimenta que ninguém tira o trono do estudar sem luta, ninguém é dono do que a vida dá, e que a luta só fortalece o pensamento, o conhecimento e a persistência na verdade e no que é ético no mundo.

Parabéns meu filho! Muito orgulho de ser a sua mãe, muito orgulho do seu estudo, da sua dedicação com seus irmãos, com os seus amigos e com o seu país.

Nunca aprendemos só para a gente, o que aprendemos só tem sentido se ele puder servir e transformar a vida das pessoas, do grupo ao qual pertencemos, daqueles que clamam por mais justiça econômica, social e racial nesse país. Te amo!

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